quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Barreiros de Bustos: para quando a sua requalificação?



Desde longa data que os barreiros de Bustos constituem uma preocupação para a CDU, motivando intervenções na Assembleia Municipal, reuniões e visitas de deputados, propostas de inclusão de verbas do Orçamento de Estado para a resolução do problema, entre muitas outras iniciativas. Aliás, deve-se em grande parte às denúncias e acções dinamizadas pela CDU contra as intenções existentes na altura, que estes não estejam transformados em lixeiras de resíduos perigosos.

Na sequência das denúncias e das lutas levadas a cabo pela população, chegou a ser elaborado um protocolo tendo em vista a recuperação dos barreiros, envolvendo nos estudos efectuados a Universidade de Aveiro e o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro.
Contudo, apesar de ter passado a constar das promessas eleitorais de todos os partidos, a verdade é que tudo continua na mesma e à mercê de crimes ambientais, como o que ocorreu recentemente com o lançamento a uma das lagoas de cerca de meia centena de aves mortas.
Falta de vontade política para resolver o problema ou, quem sabe, vontade de retomar a velha intenção de transformar os barreiros em depósito de lixos perigosos? As dúvidas são legítimas, pois, de outro modo, não se explica que PS, PSD e CDS, os mesmos que prometem sempre que vão resolver tudo, tenham chumbado, sistematicamente, as propostas que o PCP tem apresentado em PIDDAC para a resolução do problema.
A CDU não vai deixar que o problema seja esquecido. Os barreiros, tal como estão, constituem um problema ambiental que pode ser grave. Uma requalificação da zona dos barreiros é necessária não só para eliminar perigos como é necessária para aproveitar as potencialidades que as lagoas criadas podem oferecer como espaços de desporto e recreio e, até, para aproveitamento da água neles armazenada.



5 comentários:

  1. Olá!
    O texto sobre os barreiros de Bustos é pertinente e, em tempos, a CDU abordou-o (creio que na pré-campanha de há 4 anos).
    Mas a luta teve outras berças.
    Teríamos de recuar a 1994 e ao glorioso e ferozmente anti-partidário movimento contra os aterros de resíduos tóxicos no Cardal e nos Barreiros de Bustos.
    Estive na 1ª linha com o Fernando Silva, a-par-de-tantos-outros.
    Milhares, com direito a ir à Assembleia da República em cortejo de dezenas de autocarros, automóveis e comboio.
    Até boicote às eleições europeias desse ano meteu.
    E processos judiciais que intentámos contra o Ministério do Ambiente do então 1º ministro Cavaco (em 2º mandato).
    E ameaças de outros (contra mim, vindos do comprometido até ao pescoço Ângelo Correia, via bastonário da Ordem dos Advogados).
    Tenho material sobre o glorioso movimento que dá para um livro de centos e centos de páginas.
    Quando for grande hei-de dá-lo à estampa.
    *
    Benvindos à blogosfera.
    Vou linkar o vosso blogue no http://bustos-em-primeiro.blogspot.com
    *
    E mandem sempre,
    diz o oscardebustos

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  2. Este é um problema que urge resolver e que se saúda que tragam - de novo - à discussão.

    A sua resolução passará pela requalificação paisagística desta área e pela sua "cedência" ao usufruto da populações das freguesias que a confinam.

    Só é de lamentar o uso do termo lixeira uma vez que está conotado com algo que tem muito pouco a ver com um aterro e promove a oposição das pessoas a infraestruturas que, em menor ou mais escala, são essenciais num país industrializado.

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  3. O movimento de glorioso não teve nada. Teve foi demérito de encalhar um processo de tentativa de resolução de um problema ambiental grave, e cujo único fundamento foi o desejo de empurrar os resíduos para outro lado qualquer. Não havia no movimento qualquer fundamentação técnica válida. Era só o medo do bicho papão e interesses políticos diversos.

    Poíitica ambiental séria é contribuir para a resolução dos problemas e não empurrá-los para outros. É insurgir-se contra alguma chaminés fumegantes que vejo neste concelho, algumas lixeiras a céu aberto (como há em Bustos), falta de cobertura total de saneamento em 2009, os barreiro, etc etc

    Não nos esqueçamos que estamos a enviar os nossos resíduos domésticos e industriais banais para aterro num concelho vizinho, e os resíduos perigosos principalmente para o estrangeiro. Está tudo bem porque é para outro concelho e outros países.

    Conto especialmente que a CDU, pela sua vertente verde, tenha um papel visível e activo na tentativa de resolução dos problemas ambientais do nosso concelho. Mas sem politiquices foleiras.

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  4. Obviamente, o bom amigo Milton desconhece o muito que escrevemos sobre a questão dos resíduos tóxicos. Até publicámos documentos produzidos por um técnico e consultor ambiental de renome, Alcides Freitas, então director do departamento ambiental do Estado da Califórnia, muito exigente nessa matéria.
    Eu próprio recolhi imensos estudos, que trabalhei e depois foram profusamente distribuídos às populações de várias freguesias de Oliveira do Bairro e Vagos.
    E houve debates, diálogos, nomeadamente com técnicos, desde as saudosas (apesar de tudo) rádios locais, até à imprensa regional e nacional e locais públicos.
    E foi glorioso, sim senhor.
    Aliás, nem só o que sai dos nossos partidos é glorioso.
    É preciso interiorizar e assumir que fora do movimento partidário também é possível gerar verdadeiras revoluções de massas.
    Morreram ao nascer ou pouco mais?
    É melhor não irmos por aí, que os maus exemplos abundam…
    *
    Tenho ao dispor milhares de documentos que comprovam o que afirmo e teria muito gosto em disponibilizá-los.
    Um abraço solidário do
    oscardebustos

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  5. Não estou a defender a localização em Bustos, no Barreiro ou em Estarreja mas tão só a discordar a forma como a questão foi gerida.

    Não sendo eu de todo um indivíduo desatento, a única informação técnica a que tive acesso foi por mim solicitada à Quercus e era o Estudo de localização dos aterros.Participei também em duas manifestações populares: Aveiro e Oliveira do Bairro. Visto de fora do movimento, as massas que se manifestavam eram movidas pelo sentimento e não pela razão.

    O que pretendo defender com o meu comentário ao post da CDU, é que as questões técnicas devem ser resolvidas a esse nível, não olhando só para o nosso umbigo. O recurso à instigação das massas deve ser o recurso último.

    Um abraço!

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