segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Comentário para o Jornal da Bairrada sobre a notícia de prospeção de caulinos em Bustos, Oiã e Palhaça


Numa altura em que atravessamos uma grave crise económica e social, em resultado de políticas de saque e de destruição dos recursos nacionais, todas as notícias sobre a possibilidade de criação de novas indústrias são boas, pois é através da dinamização da produção nacional que se pode inverter o caminho de recessão e de miséria a que se está a levar o país.
Neste contexto, a notícia sobre a prospeção de caulinos nas freguesias de Bustos, Oiã e Palhaça, à partida seria motivo de satisfação, atendendo a que a exploração desta riqueza natural do concelho poderia significar criação de emprego e um contributo importante para a economia local, regional e nacional. No entanto, as crateras abertas pelo concelho em actividades semelhantes, em desrespeito total pela lei, pelas pessoas e pelo meio ambiente e sem que até agora tenha havido qualquer tipo de intervenção visando a sua reconversão, bem como os impactos ambientais e na vida das populações que actividades desta natureza inevitavelmente acarretam, obriga a que se conheça com rigor se há ou não riscos para o ambiente, para as actividades económicas existentes (agrícolas, entre outras), para a saúde e qualidade de vida das populações, e também quais os benefícios para a região e para o país, entre os quais o número e tipo de qualificação dos postos de trabalho previstos.
O conhecimento rigoroso destes dados é fundamental para se tomarem decisões acertadas, que tenham como principal preocupação o bem comum e não somente os interesses de uns poucos. E dado o sobressalto que esta questão provoca devido aos antecedentes, a voz das populações terá de ser decisiva.

Artur Ramísio
Membro da DOR de Aveiro e da CC de Oliveira do Bairro do PCP

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